PLANTAS DE DIFÍCIL CULTIVO

As plantas consideradas difíceis de serem cultivadas precisam de cuidados muito específicos que a maioria dos amantes do verde não conhece. Saiba, por exemplo, que as comuníssimas avencas e samambaias são bem enjoadas e exigem condições especiais de iluminação e ventilação. Saiba também que as preciosas rainhas-do-abismo e falenas podem viver, crescer e florescer na sua casa. Veja agora como tratar dessas espécies tão delicadas:

RAINHA-DO-ABISMO (sinningialeucotricha)  

Espécie nativa do Paraná, mais precisamente de Salto do Apucarazinho, região com 1100 metros de altitude, o que justifica o nome popular de rainha-do-abismo, embora entre os botânicos sua denominação seja "Edlweiss brasileira". Esta planta tem uma grande Túbera (batata) que emerge do solo e é recoberta por penugem branca e prateada. Os caules atingem até 25 cm de altura, sustentando quatro folhas ovais também cobertas por essa penugem branca e prateada. As flores, de tonalidade alaranjada, nascem no verão e continuam desabrochando durante dois meses do outono. No inverno, a folhagem cai e a planta entra em hibernação, período em que as regas devem ser suspensas, só voltando a acontecer no final da primavera, quando as folhas brotam novamente. Ao plantar a rainha-do-abismo em vaso, é importante que o solo seja composto por terra arenosa, húmus de minhoca, terra vegetal e vermiculite em partes iguais. Além disso adicione, para cada vaso, meia colher de sopa de calcário dolomítico. Verifique também a drenagem do vaso, para permitir o escoamento de qualquer excesso de água das regas. E por falar em regas, elas devem ser feitas com uma quantidade de água apenas suficiente para evitar o ressecamento da terra. O melhor local para cultivar esse tipo de planta é um ambiente bem claro, que tanto pode ser iluminado pela luz indireta do sol como por lâmpadas especiais, que deverão permanecer acesas durante doze horas ininterruptas por dia. Quando à multiplicação, você poderá fazê-la através das sementes ou pela divisão da túbera no início da primavera. Já a adubação de reposição precisa ser feita mensalmente: aplique na terra fertilizante líquido rico em fósforo (P), mas apenas durante o período de vegetação ativa da planta.

AVENCA (Adiantum spp.)

Essa espécie deve ser plantada num local absolutamente protegido do vento e de correntezas de ar, mas que apresentem claridade média. No mais,  a avenca necessita de pulverizações diárias com água e umidade constante na terra do vaso, que deve ser composta por terra vegetal, húmus de minhoca e terra neutra em partes iguais.

SAMAMBAIA (polypodium spp.)

Precisa sempre de bastante claridade em ambientes protegidos do sol e do vento que provocam a desidratação das suas folhas, causando feias queimaduras. No caso de samambaias cultivadas em vasos suspensos, você deve colocá-los numa altura que permita boa iluminação na superfície, para que novas brotações apareçam. Quando não há esse tipo de condição, as brotações diminuem em quantidade e as que surgem tornam-se frágeis e têm morte precoce. A terra ideal para o vaso é a mesma das avencas e deve estar sempre úmida, porém bem drenada e sem encharcamento.

ORQUÍDEA FALENA (Phalaenopsis.)

Trata-se de uma espécie epífita, planta de raízes aéreas que servem tanto para facilitar a fixação nos suportes como para absorver os nutrientes da atmosfera. A orquídea falena possui um único caule que atinge em média 8 cm de altura e apoia folhas largas. Os cabos das flores são arqueados e têm cerca de 90 cm de comprimento. As flores são belíssimas, semelhantes ao formato do amor-perfeito e, dependendo da variedade, podem ter pétalas brancas mescladas a tonalidade roxas, vermelhas ou castanhas.
Com alguns pequenos cuidados você terá lindas orquídeas dentro de casa. Confira:

1. A planta deve ser instalada em local bastante claro, mas protegida do sol. A iluminação pode ser feita com lâmpadas especiais acesas durante dez horas por dia.
2. O melhor ambiente para essa orquídea é o que não recebe corrente de vento e que tem temperatura mínima de 19°C.
3. As regas devem ser feitas com muita moderação, evitando o encharcamento da terra, o que seria fatal para essa espécie, causando seu apodrecimento.
4. Você poderá obter novas mudas através dos rebentos que vão surgindo. Espere que eles criem suas próprias raízes e depois separe-os por corte.
5. Os vasos devem ser de barro com furos no fundo e nas laterais. Isso permite um perfeito arejamento do solo, que deve ser composto por fibras de xaxim e terra vegetal.
6. Utilize adubo líquido a cada quinze dias.
7. Procure não molhar as folhas para evitar seu apodrecimento, causado pela infestação de fungos nocivos.
8. Para prolongar o período de floração, espere que as flores murchem e corte a haste logo abaixo do ponto em que apareceram as primeiras flores. Assim surgirão novos rebentos e, consequentemente, novas flores.