terça-feira, 9 de maio de 2017

INSATISFAÇÃO SEXUAL, SOFRIMENTO MUDO


O número de mulheres casadas que nunca ou poucas vezes sentiu prazer é muito maior do que imaginamos.
Mas mesmo assim, essas mulheres, continuam se submetendo as vontades dos seus parceiros como uma boneca inflável, um  brinquedo sexual.  Um quarto de despejo do desejo masculino. Uma espécie de estupro relativamente consentido.
Algumas apenas viram para o canto e choram assim que o ato sexual termina, outras ficam rezando para  que o parceiro goze o mais rápido possível para deixá-las em paz. Certas mulheres engordam ou se tornam diferentes, apenas para se livrar do desejo do companheiro. Ou perdem a vaidade totalmente.
Essas são apenas algumas das inúmeras formas de reações  quando o sexo  se torna algo incômodo. Dizem até que doenças genitais podem ser uma saída inconsciente para evitar o ato sexual.
Imagino que deva ser algo desesperador, humilhante  permitir que o corpo seja invadido sem que isso cause boas sensações. Uma invasão permitida apenas por obrigação.
Algumas não gozam, devido o tesão ter acabado ou mesmo por nunca ter sentido nada prazeroso.  Muitas convivem se sentindo amigas, não se sentem amantes. Pior ainda são aquelas que sentem ódio e nem mesmo amizade. Outras  não sentem nada devido algum bloqueio pessoal e não por culpa do companheiro.
Existem mulheres que fingem gostar, outras demonstram abertamente e com palavras seu descontentamento.  E mesmo assim os parceiros pouco fazem para ajudá-las a resolver esse problema. Há relatos que uns até tentam, mas sem sucesso.
A maior reclamação  é que faltam preliminares. Os maridos vão direto e reto ao encaixe sem preocupar em brincar com as pecinhas. Quando tentam fazer algum carinho, fazem por obrigação e não tem espontaneidade e não dão prazer.
Para alguns isso é desnecessário, perda de tempo.  Um descaso com o sentimento da parceira.
E são muitas as causas que as mantêm nesse tipo de relação, mesmo insatisfeitas. Manter as aparências é uma delas. Não se sentir bem em ser uma mulher divorciada, separada, perder o cargo de esposa, para algumas, é algo grave. Poderia desagradar à família, amigos e conhecidos. A maioria não se sente bem em desagradar aos outros mesmo que viva desagradando a si mesmas.
Estabilidade financeira é outra coisa que prende muitas mulheres  a um relacionamento .
O fato de ter filhos, também conta muito. Ou o amor pelo companheiro, mesmo que o sexo não seja bom.
Porém algumas surpreendem a todos e rompem relações de vários anos, mesmo que o casamento aparentemente seja perfeito. E esse tipo de relacionamento, onde o parceiro pareça perfeito, por ser fiel, estável financeiramente, gentil com a parceira, não a tratando mal, torna mais difícil a aceitação, quando a mulher resolve se separar.
Pois a sociedade não aceita bem quando uma dama se sente insatisfeita sexualmente e pior ainda que queira separar "apenas" por isso. As mais ousadas até dizem em alto e bom som: separei porque o tesão acabou. Expressões do tipo: acabou o amor ou acabou a química, quando são ditas por estrelas de televisão ou cinema não soa tão chocante. Mas quando essa falta de desejo acontece com
mulheres comuns, esse tipo de frase não soa nada elegante. Infelizmente socialmente não é tão importante a felicidade e sim as aparências.
Por isso muitas mulheres sofrem caladas, servindo aos seus parceiros e mantendo seus desejos insatisfeitos. Quando muito, dão a si mesmas um pouco de  prazer usando a masturbação.
Imagino que não seja o desejo não satisfeito que cause dor, mas deve ser muito triste e revoltante se sentir usada como um objeto. Permitir que alguém use seu corpo quando na verdade sente vontade de gritar que não quer isso.
Mas o casamento supostamente dá permissão para que o parceiro desfrute do corpo da mulher como bem entender. Mesmo que não seja assim, culturalmente é assim que muitos homens entendem e o fazem. E muitas mulheres foram criadas e treinadas para seguir essas regras.
Infelizmente muitas se tornam independentes financeiramente, são mulheres fortes,  com ótimas carreiras profissionais. Porém ainda não conseguem se sentir fortes para quebrar crenças inconscientes impostas pela sociedade. E sofrem por toda uma vida. Pois esse tipo de amarras são mesmo muito mais complicadas de se desprender. Mordaças que aprisionam a alma e que fazem sofrer muito além do corpo.
E esse tipo de insatisfação silenciosa se passa com mulheres jovens e não tão jovens assim, extremamente bonitas ou feias, com pouca ou mais cultura, em relacionamento onde os recursos financeiros sejam abundantes ou não.
Muda-se apenas o conforto onde se chora. Mas esse tipo de dor  existem em todos os lugares.



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